A fundação da Associação foi o resultado da inquietude de muitos moradores dos bairros, Bom Jesus e Jardim do Salso, que em meio a tantas carências, procuravam a solução dos seus problemas.
Tudo começou no início dos anos 70, em que muitos moradores se mobilizavam em reuniões em suas casas. Consultaram até a direção da Escola Fernando Gomes, se as reuniões poderiam ser na escola, já que a maioria tinha filhos que estudavam lá, mas não foi permitido pela Diretora.
No final de setembro de 1971, houve um chá no Clube Bonsucesso, onde os homens formaram um grupo e as mulheres outro, no grupo dos homens estava presente um representante da FRACAB(Federação Riograndense das Associações Comunitárias e Moradores de Bairros), que fez um chamamento no sentido de estimular a organização de uma Associação.
No domingo seguinte dia 03 de outubro, pela manhã, na travessa Palestina, 65, atual rua Frederico Guilherme Gaezler, foi fundada a Associação por oito moradores: Paulo Nunes da Rosa(dono da casa), Amir C. Abianna, Afonso da Costa, Edson da Costa, Adolfo da Costa, Roberto Silva de Souza, Adão Pereira Nunes e Gonçalo Marques. A partir deste momento várias pessoas se somaram e formaram a primeira diretoria definitiva, sendo que Amir C. Abianna foi o primeiro Presidente da Associação e Paulo N. da Rosa o primeiro Vice-Presidente. O sócio fundador, Gonçalo Marques, relata que foi até a Prefeitura de Porto Alegre, com Amir Abianna, para registrar a Associação.
O primeiro registro da Associação foi com o nome de “AMJESALSO”, já que ela representava o Bairro Bom Jesus e Jardim do Salso. Alguns anos mais tarde, foi criada uma Associação no Jardim do Salso, então nossa Associação passou a ser só do Bairro Bom Jesus e com o nome “AMBOJES”.
Uma das primeiras lutas da Associação foi por uma educação de qualidade. As escolas do bairro na época, só tinham até a 5ª série. Mais de cem crianças terminavam a 5ª série anualmente e precisavam estudar em escolas distantes, este era o motivo de preocupação dos moradores e da Associação. Nesta ocasião o País vivia na ditadura militar e o secretário Estadual da Educação era Coronel do Exército.
A Associação promoveu reunião com os pais nas duas Escolas da região, Coelho Neto e Fernando Gomes, tentando conseguir mais uma série. Entretanto, os jornais publicavam a lista de alunos que haviam terminado a 5ª série e a Escola para onde iriam no ano seguinte.
A Associação foi até a Secretaria Estadual de Educação e conseguiu a 6ª série na Escola Fernando Gomes. Haviam duas salas disponíveis, mas vazias, com muita batalha conseguiram doações de classes, mas foram entregues desmontadas. E com a mobilização da Associação e esforço da comunidade, as classes foram montadas pelos pais dos alunos. Estes fatos aconteceram no ano de 1972.
Como a Associação ainda não tinha uma sede própria, as reuniões aconteciam em sistema de rodízio na casa dos moradores. A construção da sede da Associação começou em janeiro de 1978, e só foi possível, graças as doações e fundos arrecadados com promoções, e também a mão de obra de alguns sócios e colaboradores.
Em meados de 1979, a Associação já estava finalmente funcionando em sua sede própria, na rua São Marcos, 597, onde está até hoje. As reuniões na sede da Ambojes, eram lotadas de moradores com seus problemas e prioridades, como: Iluminação e buracos nas ruas, problemas de esgoto e muitos outros. A Associação atendia aos moradores com muita atenção, procurando solucionar junto ao poder público, todas as reivindicações trazidas pela comunidade.
Como a Associação começou em anos tão difíceis, de Ditadura Militar, onde qualquer reunião era considerada suspeita de conspiração contra o governo, era freqüente no final das reuniões a polícia solicitar documentos dos participantes.
Nos primeiros anos da Associação, foi criado o departamento feminino, com a finalidade das mulheres também ingressarem nos movimentos comunitários, promovendo eventos e cursos. O primeiro curso foi de Corte e Costura, inclusive com diploma no final do curso. O grupo promovia, almoços, chás e até jantar dançante, para ajudar a arrecadar fundos para as obras da sede. Algum tempo depois foi criado o Clube de Mães Girasol, seguindo a mesma linha de eventos e cursos para a qualificação feminina.
Os anos 80 foram de muita efervescência social para a Associação, com a participação conjunta com Associações de outros bairros da cidade, inclusive da FRACAB, já mencionada, que representa as Associações de Bairros, também com lideranças dos Direitos Humanos. Esta troca de experiências foi muito valiosa para a Associação e sua comunidade.
Neste período, foram convidados muitos palestrantes de áreas diversas, que vieram com muito prazer para esclarecer assuntos de interesse público.
Em meados da década de 80, a Associação debateu muito o assunto saúde. Levantou-se então a necessidade de criar um serviço de saúde no bairro Bom Jesus, devido a grande mortalidade materno infantil na Vila Fátima e Vila Pinto, conseqüência do atendimento precário da região. A Associação mobilizou os moradores em torno desta idéia e através do Orçamento Participativo da Prefeitura, conquistaram a construção da Unidade de Saúde Bom Jesus, 24 horas. A inauguração ocorreu em 1996 e a duplicação, também pelo Orçamento Participativo, foi em 2004.
O antigo Posto de Saúde Vila Jardim, que funcionava em prédio alugado na Av. Protásio Alves, encontrava-se em grave estado de deterioração. Em 2000, a Associação e movimentos sociais, conseguiram pelo Orçamento Participativo, verba para comprar um terreno na rua Nazareth onde seria construído o novo prédio do Posto de Saúde Vila Jardim. Novas batalhas continuaram desta vez para a construção do Posto.
O sócio Emílio Rocha do Prado, também teve participação ativa nos primeiros anos da Associação, inclusive ajudando na construção da sede da Ambojes. Após seu falecimento foi homenageado, a praça localizada junto à Escola Estadual Coelho Neto, recebeu seu nome em reconhecimento de sua dedicação à comunidade.
A maioria das ruas do bairro eram de chão batido, era poeira no verão, barro quando chovia, houve então uma movimentação juntamente com a comunidade pedindo pavimentação, colocando placas nas casas, em postes, nas ruas denunciando o descaso dos órgãos públicos. A Ambojes se engajou novamente no Orçamento Participativo e conseguiu calçamento, e até 2005 foi concluída toda a pavimentação no bairro Bom Jesus.
A Ambojes tem participação ativa na direção do Conselho Distrital de Saúde, no Conselho Local de Saúde, tem Delegados no Plano Diretor, na Comissão de Transportes e no Fórum de Segurança Urbana.
A Associação está representada em várias comissões temáticas da cidade, como saúde, cultura, segurança, transporte, educação e em eventos em geral. Na saúde uma referência especial é a participação ativa de pessoas ligadas diretamente a Associação, que tem unido esforços junto aos Conselhos de Saúde da região e com o Conselho Municipal de Saúde, na luta por um atendimento mais qualificado para a comunidade e para a cidade em geral.
Na área da Cultura, uma conquista importante foi o Atelier Leste de Artes Plásticas em 1998, que conquistamos via Orçamento Participativo, através de um projeto de Descentralização da Cultura. Recebemos oficineiros de Cerâmica, neste caso, inclusive com a construção de um forno para a queima das peças dos alunos, também vieram aulas de Desenho e Pintura.
Para ilustrar um pouco de tudo que foi escrito até aqui, assista o vídeo.
-> 1971/1973
Presidente – Amir Cecílio Abianna
1° Vice – Paulo Nunes da Rosa
2° Vice – Sidnei Coelho
-> 1974/1975
Presidente – Edson da Costa
1° Vice – Affonso Costa
2° Vice – Roberto Souza
-> 1976/1977
Presidente – Emilio Rocha do Prado
1° Vice – Affonso Weber
2° Vice –
-> 1978 a 1987
Presidente – Amir Cecílio Abianna
1° Vice – Roberto Souza
2° Vice – Deroci da Silva
-> 1988/1989
Presidente – Teodoro Haag Neto
1° Vice – Elisabete B. Cardoso
2° Vice – Fernando César Braga
-> 1990/1991
Presidente – Renato Guimarães
1° Vice – Cláudio H. da Silva
2° Vice – Antonio F. dos Santos
-> 1992/1993
Presidente – Danilo Dellazari
1° Vice – Teodoro Haag Neto
2° Vice – Günter Klopsch
-> 1994/1995
Presidente – Danilo Dellazari
1° Vice – Günter Klopsch
2° Vice – Valter Silveira Braga
-> 1996/1997
Presidente – Renato Guimarães
1° Vice – Ernani Tadeu Ramos
2° Vice – Valério Boeira
Neste período Renato retira-se para assumir como vereador de POA.
Assume o 1° vice Sr. Ernani Tadeu Ramos.
-> 1998/1999
Presidente – Maria Encarnacion M. Ortega
1° Vice – Gilnei Bitencourt Cardoso
2° Vice – Ernani Tadeu Ramos
Maria foi 1° mulher eleita presidente, que no decorrer deste período se retira para assumir no Conselho Tutelar. Assumindo o 1° Vice Gilnei B. Cardoso
-> 2000/2001
Presidente – Danilo Dellazari
1° Vice – Luis Carlos Diel
2° Vice – Teodoro Haag Neto
-> 2002/2003
Presidente – Danilo Dellazari
1° Vice – Günter Eugenio Schutz
2° Vice – Ernani Tadeu Ramos
-> 2004/2005
Presidente – Günter Eugenio Schutz
1° Vice – Ernani Tadeu Ramos
2° Vice – Mario Predebon
-> 2006/2007
Presidente – Günter Eugenio Schutz
1° Vice – Mario Predebon
2° Vice – Gladis T. Oliveira
-> 2008/2009
Presidente – Mario Predebon
1° Vice – Gladis T. Oliveira
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
-> 2010/2011
Presidente – Gladis T. Oliveira
1° Vice – Mario Predebon
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
-> 2012/2013
Presidente – Gladis T. Oliveira
1° Vice – Mario Predebon
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
-> 2014/2015
Presidente – Mario Predebon
1° Vice – Gladis T. Oliveira
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
-> 2016/2017
Presidente – Mario Predebon
1° Vice – Gladis T. Oliveira
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
-> 2018/2019
Presidente – Gladis T. Oliveira
1° Vice – Maria Inês B. Flores
2° Vice – Günter Eugenio Schutz
Devido ao falecimento da presidenta Gladis em junho de 2019, a 1° vice, Maria Inês Flores conclui o mandato.
-> 2020/2021
Presidente – Maria Inês B. Flores
1° Vice – Günter Eugenio Schutz
2° Vice – Danilo Dellazari
-> 2022/2023
Presidente – Maria Inês B. Flores
1° Vice – Günter Eugenio Schutz
2° Vice – Danilo Dellazari
-> 2024/2025
Presidente – Mario Predebon
1° Vice – Maria Inês B. Flores
2° Vice – Danilo Dellazari
