Nova ponte no Guaíba exigirá outras obras

Data 01-11-2013 | Tópico: Diversos

.
Com 2 900 metros de comprimento, a nova ponte sobre o Guaíba terá a altura justa para permitir a livre navegação (três vãos de 36 metros de altura por 143 metros de largura) e não atrapalhar a aviação (gabarito máximo de 54 metros). Reclamada há mais de 10 anos, a obra promete ser a solução para o maior gargalo rodo-hidroviário da região metropolitana, que entope toda vez que o tráfego de veículos na ponte Getúlio Vargas é interrompido para a passagem de um barco, o que acontece pelo menos duas vezes por dia.

Nesse trecho circulam 55 mil veículos rodoviários/dia.







A obra exigirá a construção de mais 4 400 metros de acessos, viadutos e duplicações de pistas – a maior parte na margem do Saco do Furadinho, à altura da Rua Dona Teodora, onde será construído um emaranhado de vias, cerca de um quilômetro ao norte da cabeceira da atual ponte. A outra extremidade da obra vai aterrissar na Ilha das Flores, onde vai se juntar às BR-116 e 290, que ligam a capital com o sul e o oeste do Estado.

Segundo o anteprojeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), apenas a ponte sobre o Saco da Alamoa será duplicada. O ex-ministro dos Transportes, Cloraldino Severo, favorável à realização urgente da obra com recursos da União, acha indispensável duplicar também a ponte sobre o Jacuí (1 750 metros). “Se isso não for feito, vamos apenas mudar o local do congestionamento”, diz Severo, lembrando que essa duplicação já devia ter sido feita pela concessionária da rodovia com os recursos captados com os pedágios. Com a Concepa fora do projeto, o ex-ministro recomenda pressa para aproveitar a boa vontade da presidenta da República em fazer a obra, que vem sendo retardada por vários fatores — o último foi a greve de dois meses dos funcionários do DNIT. “Tão cedo não vamos ter uma presidência simpática ao Rio Grande do Sul”, avisa Severo, salientando que agora não estão faltando recursos.

Para assentar seus pilares na Ilha Grande dos Marinheiros, a nova ponte vai atingir em cheio o galpão de reciclagem de lixo da comunidade local. O reassentamento de 850 famílias deverá ser feito pela Prefeitura de Porto Alegre com recursos do DNIT, que realizará a obra pelo Regime Diferenciado de Contratações (RDC), criado por decreto de outubro de 2011. Assim a obra será tocada por um único consórcio que apresente o projeto básico e o projeto executivo (prazo: seis meses) e responda pela construção por preço fixo, sem direito a aditivos, no prazo de 36 meses.

Segundo as normas do RDC, o valor da obra é mantido em segredo, mas por estimativas anteriores feitas ao longo dos anos a última cifra estava em torno de R$ 900 milhões. “Esperamos que fique abaixo disso”, disse o engenheiro Carlos Alberto Vieira, coordenador do anteprojeto do DNIT, em conversas com repórteres presentes à audiência pública realizada no dia 2 de outubro em Porto Alegre diante de uma centena de pessoas.




Este artigo vem de Associação dos Moradores da Bom Jesus.
https://www.ambojes.org.br

O URL desta história é:
https://www.ambojes.org.br/modules/news/article.php?storyid=131